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Ter filhos/as e a possibilidade de amadurecer o amor

por Juliana Soares | nov 10, 2020 | Outubro 2020, Relacionamentos amorosos | 0 Comentários

Por Juliana dos Santos Soares

10/11/2020

 

Imagem de Bruna Bruna por Pixabay

Escrevo este texto a partir de reflexões feitas na jornada “Encontros & Desencontros”, que no mês de outubro de 2020 teve como tema “Família, família…”: Relacionamentos amorosos quando temos filhos/as[1]. Essa é uma das facetas possíveis do amor afetivo-sexual – quando deixamos de ser “apenas” um casal para ser, também, pai ou mãe. São imensos os desafios que se apresentam nessa mudança: junto com toda a maravilha da parentalidade, vem também frustrações e desilusões, tudo misturado. Observo quantos relacionamentos se tornam confusos e “se perdem” nesse momento, quantas separações acontecem nos primeiros anos da criança, e fico pensando em quanta dor poderia ser evitada (ou vivida de forma mais construtiva) se refletíssemos e conversássemos mais sobre o assunto.

 

A romantização e a vida real

Assim como fazemos com o amor de casal em si, culturalmente temos a grande tendência a romantizar o nascimento dos/as filhos/as como um ideal de felicidade completa – quem nunca cantarolou versos como “Ter filhos, nosso apartamento, fim de semana no sítio” ou “Eu, você, dois filhos e um cachorro”? Olhando (ou ouvindo) assim, parece lindo. E é. Mas muitas vezes não contamos com as dificuldades e dores da construção dessa família. Uma fala que escuto com muita frequência em psicoterapia é: “ninguém me contou que seria difícil desse jeito!” …

Adentrar esse reino do casal com filhos/as envolve o encerramento de um ciclo de vida para a abertura de um novo[2]. É uma desconstrução, e assim a forma como o casal costumava ser feliz não poderá ser referência para o novo momento. É preciso renunciar a uma forma de vida já muito conhecida e, corajosamente, se abrir para o novo. Passamos a desempenhar o papel de mãe ou de pai, novidade total, e esse papel vai se somar a todos os outros que já tínhamos, reconfigurando nosso jeito de estar no mundo. Ficamos desorganizadas/os, enquanto indivíduos e enquanto casal. E tudo bem! Tudo tende a se organizar de novo, mas de um outro jeito, com o tempo, as vivências, acertos e erros, alegrias e decepções. É muito importante nos sustentarmos nesse novo caminho ainda desconhecido, aceitando as dificuldades como parte dele, e não como indício de que há alguma coisa errada.

Toda construção leva tempo. É um processo. Penso que muito do que prejudica os relacionamentos nesse momento tão sensível é a expectativa por respostas rápidas, por estar “tudo lindo” em curto prazo. Temos muita dificuldade em lidar com a espera, o médio e o longo prazo, o espaço do que (ainda) não existe da maneira como idealizamos. Sendo assim, faz-se valioso o cultivo da paciência e da compaixão – conosco e com nosso/a parceiro/a. Nos apoiarmos mutuamente. Exercitar a parceria, o amor companheiro, indo além do amor romântico: por algum tempo o componente da paixão ficará comprometido na relação desse casal, mas podemos valorizar o elemento da intimidade (vínculo emocional) e do compromisso, e isso amadurece a relação[3].

E como fazer isso? Uma aposta certa é na comunicação: buscar expressar, o mais claramente possível, as próprias necessidades, porque a outra pessoa também está perdida e não conseguirá “adivinhar” do que precisamos. Por outro lado, buscar escutá-la com boa vontade. Aqui cabe uma observação importantíssima: a da grande diferença entre os gêneros na chegada da criança – para não alongar esse texto, vou deixar um episódio de podcast que achei excelente e que trata especificamente sobre isso nas indicações.

É difícil? Muito! Mas atentar para a importância da parceria, junto com todas as novas tarefas que se inseriram na vida, torna tudo mais possível. E ir devagar, passo a passo, lidando com acertos e erros, momentos difíceis e felizes, com paciência. Afinal essa é uma caminhada que se pretende longa, com muitas alegrias e conquistas ainda por vir.

 

[1] Se quiser saber mais sobre a Jornada, clique aqui.

[2] Aqui é claro que me refiro a situações em que os pais já eram um casal, o que não acontece em algumas gestações, como em início de relacionamentos ou quando nem há um relacionamento estabelecido. Nesses casos, há outras particularidades envolvidas, sobre as quais não aprofundarei aqui.

[3] Eu escrevi sobre a teoria triangular do amor, com os seus componentes e tipos, nesse texto aqui.

INDICAÇÕES:

Fiz uma Live com a querida colega Dolores Pena, psicóloga, psicodramatista e terapeuta de casais e famílias, sobre esse tema. Foi uma troca de ideias muito legal e enriquecida pela vasta experiência da Dolores. Se quiser assistir no Youtube, clique aqui.

Indico fortemente o episódio do podcast Tenda Materna que trata do tema “Crise conjugal depois da chegada dos filhos”. O psicólogo Alexandre Coimbra Amaral é o entrevistado e trata desse tema sob a perspectiva de gênero. Clique aqui para ouvir (no Spotify).

Juliana dos Santos Soares

Sou Juliana, mulher branca e cisgênero. Psicóloga pela UFMG. Psicodramatista didata e supervisora pelo IMPSI - Instituto Mineiro de Psicodrama Jacob Levy Moreno. Atendo Psicoterapia individual e de grupo: presencial, em Belo Horizonte, e online. Desejo viver num mundo mais amoroso. Por isso, antirracista e feminista. Apaixonada por música, livros e boas conversas.
E-mail: juliana@seremrelacao.com.br

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