O amor é múltiplo

Por Juliana dos Santos Soares

05/07/2020

 

Esse é um texto sobre diversidade de vivências amorosas, escrito com base em vivências e histórias compartilhadas por participantes da roda de conversa online de tema “E quero que você venha comigo”: as fases do amor e seus desafios, realizada com duas turmas em junho de 2020[1]. Estou sempre expressando a importância que vejo no compartilhar, no espaço coletivo para a troca de impressões e afetos, quando olhamos para o amor e para nossa vida de uma maneira geral: é o que nos faz constatar que temos muito mais coisas em comum do que normalmente imaginamos, e nos dá força para encontrarmos respostas mais felizes para nossas questões. Veja que belas percepções e registros vieram desses dois encontros:[2]

  • Entre tantas histórias reais, o ideal de amor romântico é colocado em xeque. Alguém compartilhou a decepção de perceber que seu ideal de amor, aquele sonhado desde a infância, muitas vezes não se sustenta na vida real. As pessoas falaram de belas histórias de amor vivenciadas por elas, nem sempre com final feliz. O amor na vida real às vezes é interrompido, seja pela morte, por uma mudança geográfica, circunstancial ou pessoal, ou por falta de maturidade das pessoas envolvidas. E isso não tira a sua beleza, a sua grandeza, a sua validade. Esse amor é um amor que deu certo e marca a história de quem o viveu.
  • Mesmo quando o amor é vivenciado de forma plena, com uma combinação dos elementos da paixão, da intimidade e do compromisso, ele não é perfeito. E não há garantias de que ele seja eterno. Não existe amor perfeito. O amor é belo nas suas imperfeições.
  • O amor romântico traz beleza e colorido para a vida, mas ele não é o único ideal de amor possível. E, principalmente, não é o nosso “passaporte” para a felicidade.
  • A paixão é o “turbo” das relações, e muitas vezes ela pode ser resgatada num relacionamento. Mas se ela não estiver presente numa relação, tudo bem também. Existem tipos de amor que não incluem a paixão e está tudo certo.
  • Fica um olhar respeitoso para as diferentes formas em que o amor se manifesta, especialmente para relações não convencionais. Essas histórias foram contadas e nos tocam.
  • Encontrar um grande amor às vezes é uma questão de sorte. E manter essa história de amor é uma questão de construção.
  • Muitas vezes estamos insatisfeitas/os com os nossos relacionamentos, pela distância entre nosso ideal de amor e a realidade que vivemos. Mais do que esperar por um amor perfeito e eterno, nós ganharemos muito se bancarmos as nossas escolhas, as que damos conta de fazer. E vivermos a vida e o amor plenamente, em sua (e nossa) imperfeição. Citando o Vinícius de Moraes, “que seja infinito enquanto dure”. E que, ao olharmos para trás, tenha valido a pena.

Agradeço imensamente às pessoas participantes desse encontro, pela confiança da entrega e pela construção conjunta. Para mim é uma alegria e uma honra promover espaços como esse, e ainda poder levar para mais pessoas essas reflexões. E convido você, se quiser, a também compartilhar suas impressões nos comentários. Seguimos juntas/os!

 

[1] Essa roda de conversa integra a Jornada Encontros & Desencontros, sobre relacionamentos amorosos. Se quiser saber mais sobre a Jornada, clique aqui.

[2] As pessoas participantes autorizaram o uso de suas falas nesse escrito. Todos esses conteúdos foram expressos verbalmente na roda de conversa ou extraídos de um formulário de avaliação da mesma, respondido por elas na sequência do evento.

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