Por Juliana dos Santos Soares
11/05/2018
Há um tempo na nossa vida em que idolatramos as mães. Em que as enxergamos envoltas numa aura de perfeição, com cheirinho de amor puro e incondicional, um lugar sagrado.
Até que crescemos. Amadurecemos. Seja por nos tornarmos mães (aquela história que muitas delas dizem: “Você só vai entender quando for mãe!”), seja por vermos mulheres próximas, do nosso tamanho, tornando-se. Passamos a entender que esse lugar sagrado é um ideal, impossível de ser alcançado na vida real. Um lugar lindo, mas pesado. Opressor.
Mães são mulheres. Seres humanos. Maravilhosas. Plenas. Com qualidades e defeitos.
Cheias de alegrias e também de cobranças. Conflitos, dúvidas, angústias.
“Devo voltar a trabalhar ou cuidar dos meus filhos”?
“Será que estou fazendo o melhor”?
“Mas ninguém nunca me contou essa parte”!
“E se eu deixar marcas negativas nele/nela”?
Tudo isso misturado com uma amor inexplicável. Desconhecido até então. Que quem não tem a experiência da maternidade (seja ela gerada no corpo ou no coração) REALMENTE nunca vai entender, porque não tem entendimento racional para isso.
(Eu não tenho filhos, mas hoje tenho uma enteada linda, que mudou minha vida. Sei que não sou a mãe. Nem quero ser – aliás, ela tem uma mãe bem legal. Mas sinto coisas que não sentia. E também sei, nessa convivência, que tem coisas que nunca saberei, assim na pele. E é bom ficar em paz com isso)
Não é simples. É complexo. Não é sagrado. É maravilhosamente humano.
Para minha mãe:
Nossa relação nunca foi digna de comercial de margarina. Tivemos muitos “arranca-rabos”, que em outro tempo eu via como problemas. Hoje agradeço, até porque comerciais de margarina são montados. Somos duas mulheres fortes, e você ser como é (sim, do jeitinho que você é) faz de mim a mulher que sou.
Entendo que não deve ter sido fácil conduzir duas meninas do jeito que foi.
Somos felizes.
Eu não poderia ter mãe melhor no mundo.
Eu te amo e sou grata!
Para todas as mulheres que encaram viver essa aventura corajosa que é criar (tendo gerado biologicamente ou não) seres nessa vida, expondo-se a todo tipo de sentimento e, muitas vezes, julgamentos: meus sinceros reconhecimento e admiração.
Feliz dia, sempre!