Por Juliana dos Santos Soares
08/05/2017
A maioria das pessoas sabe que a psicoterapia faz bem e no mínimo já ouviu falar sobre os benefícios que pode trazer. Ainda assim, muitas não sabem ao certo o que fazer num consultório de Psicologia: do que falar, o que esperar da terapeuta, o que esperar de si mesmas. Com o tempo, “pega-se o jeito” e a terapia começa a funcionar muito bem. Mas até aí, gastam-se algumas sessões com a sensação de estar “perdida”, e eu imagino que muitas pessoas nem chegam a procurar ajuda terapêutica devido a essa questão. Então, resolvi escrever esse texto com algumas dicas para que você possa se beneficiar ao máximo do seu processo terapêutico.
1. Esteja aberta
Se você procurou psicoterapia, é porque tem questões suas que deseja resolver. Fale abertamente sobre elas. O consultório de Psicologia é um lugar de não-julgamento, para que você possa falar sobre tudo o que precisa, e a profissional que te acompanha deve estar preparada para conhecer o melhor e o pior em você.
2. Envolva-se
A psicoterapia não é como um tratamento médico, em que a paciente relata as suas queixas e a profissional lhe diz o que deve fazer para melhorar. É diferente: nesse processo, a pessoa tem um espaço seu, para falar sobre si e, com a ajuda e intervenções da psicoterapeuta, compreender melhor o seu mundo interno: decodificar sentimentos, emoções, padrões de comportamento… E com isso, descobrir maneiras mais felizes de estar no mundo e encontrar soluções suas para os próprios problemas. É por isso que normalmente as terapeutas não se referem às pessoas que acompanham como pacientes, mas como clientes: alguém que se beneficia ativamente dos seus serviços.
Portanto, trabalhe junto com a sua terapeuta. Aproveite os conhecimentos e os recursos que ela tem a te oferecer e coloque a mão na massa junto com ela. Descubra a si mesma, encontre as respostas em você.
Outra coisa: Não espere encontrar soluções para um problema específico sem ser “mexida” de uma forma geral. A psicoterapia abre os seus horizontes e, com isso, você irá observar algumas mudanças emocionais e de comportamento em você. Você estará envolvida!
3. Desenvolva uma postura investigativa
Estar em Psicoterapia significa desenvolver um grande interesse por si mesma, e o trabalho terapêutico não se resume aos cerca de 50 minutos de cada sessão. Observe-se no seu dia-a-dia, leve reflexões e percepções que tenham lhe surgido entre uma sessão e outra para o próximo encontro. Se for preciso, anote.
4. Não tente impressionar a terapeuta
Não busque uma relação de “camaradagem” com sua terapeuta, em que você mostre a ela o quanto é “legal” e ela valorize o que você tem de bom. Ela fará isso, mas também confrontará aquilo que você demonstra te prejudicar. A boa terapeuta precisa usar duas mãos: uma que acolhe e outra que confronta.
5. Converse sobre a terapia na terapia
Se tiver qualquer dúvida sobre o processo terapêutico ou sobre a postura da terapeuta em algum momento, pergunte. Tire suas dúvidas. Questione. Aproprie-se desse espaço, ele é seu.
6. Não se assuste com a resistência
Não espere que a psicoterapia seja apenas agradável. É claro que há sessões em que o que você mais precisa é “desabafar” sobre algo que a esteja afligindo. E são boas sessões, das quais sairá com uma sensação de alívio. Porém, nesse trabalho será necessário também “tocar a ferida”, e normalmente nesses momentos as pessoas têm vontade de ir embora. Não se assuste. Faz parte. Fique firme e converse sobre esses incômodos com a profissional que te acompanha. O esperado é que falar disso te ajude a curar o que dói.
7. Celebre os resultados!
Por fim, prepare-se também para colher os frutos: ter mais autoconhecimento, melhorar as suas relações (com você e com as outras pessoas), ganhar autonomia e habilidade para resolver suas dificuldades.
E você? Já fez psicoterapia? Tem alguma dica para acrescentar nessa lista? Está pensando em iniciar um processo? Tem perguntas a respeito? Deixe seu comentário aqui embaixo! Vamos trocar ideias!
Obs.: Eu me importo com questões de gênero, inclusive quando escrevo. Por isso, quando me refiro a pessoas escrevo no feminino.
Imagens: Pixabay
Muito bom!!
Grata, Aline!
Fico feliz que tenha gostado. 😉
E quando já estamos algum tempo na terapia, e não vemos mais mudanças…mas ainda precisamos mudar?
Olá, Renata!
Essa situação que você relata costuma acontecer mesmo.
Acho importante conversar sobre isso com a/o profissional que te atende. Muitas vezes, algo que esteja “emperrando” essas mudanças aparece nessa conversa e a coisa flui. Ou pode acontecer também de vocês perceberem a necessidade de uma mudança de terapeuta, porque talvez esse processo tenha se esgotado… Finalizar esse processo e procurar outra pessoa… Mas tudo a partir de uma conversa franca e saudável com a pessoa que já está te atendendo.
Espero ter ajudado!
Qualquer coisa, continuamos a conversa por aqui. 😉
Muito boa sugestão.
Estava pensando nisso.
Como aproveitar melhor o tempo da psicoterapia. Valeu. Deus abençoe.
Amém, Maria Auxiliadora!
Fico feliz que tenha somado nas suas reflexões.
Um abraço